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ONGs Preparam Cada Vez Mais Jovens para o Mundo do Trabalho

02/05/2012

Formações vão desde a tradicional profissionalizante ao fomento ao empreendedorismo pessoal e coletivo.

Segundo pesquisa do Centro Ruth Cardoso lançada em 2011, o desemprego de jovens entre 16 e 24 anos de idade na região metropolitana de São Paulo chegou a 15,4%. O estudo aponta que um dos principais motivos para esse número é a baixa escolaridade da juventude, que ao conseguir seu primeiro emprego optam por mantê-lo a qualquer custo, deixando os estudos em segundo plano. Em consequência disso, torna-se cada vez mais importante um trabalho anterior a essa inserção no mercado:, focado em preparar este jovem para os desafios que irão encontrar na rotina de uma empresa.

O Projeto Arrastão, organização social do bairro do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, tem mais de 40 anos de experiência em iniciativas que estimulam a geração de renda e trabalho dentro de comunidades. Seu foco não é apenas a educação profissionalizante, mas também a formação global de um cidadão, envolvendo diversas linguagens que resultam em um indivíduo mais bem preparado para encarar os desafios do mercado e da própria vida.

Para Henrique Heder, responsável pela área de empreendedorismo do Projeto Arrastão, o trabalho das Ongs está ajudando a formar uma nova geração de profissionais. "As empresas vem mudando nas últimas décadas a denominação de funcionário para colaborador. E este fato não é apenas semântico. O que ocorre é que aquele perfil de funcionário que é competitivo, hierárquico e burocrático não atendia mais às novas exigências de um mundo globalizado, tecnológico e associativista.", explica Heder, que observa também uma mudança estrutural no mercado.

"Hoje o 'ganhar sozinho' não é mais um valor para a maioria das empresas. Há o entendimento de que as equipes bem alinhadas e unidas produzem melhor e mais rápido do que os 'super' profissionais do passado. O paradigma hoje é 'ganhar junto'".

A educadora Ágata Aparecida Dourado, do programa preparatório do Núcleo de Aprendizagem Profissional – NURAP, parceira do Projeto Arrastão na formação e encaminhamento de jovens trabalhadores, também chama atenção para essa mudança de postura das empresas na hora de buscar profissionais.

"As empresas esperam que esse jovem chegue ao mercado de trabalho com suas habilidades afloradas. O jovem ativo que antes era temido, hoje é valorizado, reconhecido. Que ele seja, sim, falante, mas com uma fala consciente, que se destaque e traga mais vigor para a empresa", comenta Ágata.

Wagner Gomes, 18, é um exemplo dessa nova geração profissional. Ex-aluno das Oficinas de Comunicação, o jovem aprendeu mais do que roteirizar e produzir filmes. Atualmente trabalhando na Rede Bettencas Restaurantes, Wagner levou para o escritório da empresa as experiências e dicas que ganhou durante pouco mais de um ano em que esteve no Projeto Arrastão, mas que foram decisivos em suas escolhas profissionais, segundo ele.

"É muito diferente levantar todos os dias e pegar um ônibus para trabalhar. A gente não está acostumado com isso e estranha um pouco no começo", explica. " Todas as coisas que aprendi no Projeto Arrastão sobre como se portar, se relacionar com as pessoas estou exercitando aqui", conta Wagner, que assinou contrato de estágio por dois anos. Além dele, mais 15 jovens também foram inseridos no mercado de trabalho em 2011.

Mas o mercado formal não é a única maneira de trabalho estimulada pelo Projeto Arrastão. Muitos jovens e adultos atendidos pela organização estão criando seus próprios negócios após passarem por oficinas formativas. Somente ano passado, cursos na área de Empreendedorismo e Geração de Renda beneficiaram mais de 300 famílias, impactando cerca de 1.300 pessoas de três municípios.

Para Camilo Amado, gerente administrativo do Projeto Arrastão, o empreendedorismo é o caminho sem volta se olharmos o mercado de trabalho atual: "Creio que nos tempos de hoje os jovens procuram mais se firmar no mercado de trabalho como empreendedores o que também é muito bom para desenvolvimento profissional", aponta.

 

 

 

 

 

 

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