No Projeto Arrastão até a árvore de Natal é diferente; alunos e educadores se juntam para transformar garrafas de refrigerante

Isso é uma tradição. Chega dezembro e as ruas e casas de todos os cantos se enfeitam. Ganham um tom avermelhado, com pitadas de verde e ar saudosista de fim de ano. Como que num piscar de olhos as pessoas, também, se enfeitam. Tiram a melhor versão delas mesmas e põe à mostra, desfilando para todos verem. Sim, senhoras e senhores, o Natal chegou. E com ele, dezenas de milhões de pessoas, mundo afora, saem em busca daquela árvore de Natal, aquela do fundo do baú, do fundo do armário, escondida no fundo da casa. Há quem compre, re-monte, e coisas do tipo. Mas há também quem re-crie.

ão certo como que o ano, por mais demorado que possa parecer, chegará ao fim, é a certeza de que, no Projeto Arrastão, a árvore de Natal sempre será algo diferente do que sempre foi. Em 2011, o educador Germain Taylor, do Arte Além dos Muros, junto com outros educadores da organização e mais alunos, tanto crianças quanto adolescentes e jovens, se juntaram para transformar o lixo em luxo. A gente explica.

O desafio era criar uma árvore de Natal espetacular. Não bastasse isso, a idéia era que essa árvore espetacular fosse criada a partir de materiais que, teoricamente, ganhariam as latas de lixo. Desafio feito, desafio superado. Para isso, todos se juntaram e trabalharam de forma colaborativa. No ritmo de Tempos Modernos, cada turma cuidou de uma parte.

Juntas, as turmas fizeram aparecer, depois de recolher em suas casas e comunidades, centenas de garrafas pet, material prima base da nossa árvore de Natal. Em seguida, Germain pesquisou uma série de referencias de outras intervenções que, assim como essa pretendia ser, utilizam materiais diferenciados para criar uma estética perfeita. Passada essa etapa, o próximo passo foi cuidar desse material. As crianças menores do Centro para Criança e Adolescente – CCA, iniciaram o processo com a lavagem e separação das melhores garrafas. Dentro do próprio CCA, os maiores furaram, cortaram, ou seja, as deixaram quase prontas para que a turma do Centro da Juventude – CJ, apenas cuidasse de uma parte do processo que exige mais cuidado, justamente pelos materiais que se usa: que é a pintura. Pronto, estava feita a nossa árvore de Natal total diferente e parecida com a gente, com a nossa cara.

No dia 1º, enquanto iniciava a montagem da árvore na entrada do Projeto Arrastão, Germain falou um pouco sobre o processo de criação coletiva desse enfeite. "Quando a gente transforma algo que era um rejeito, podemos criar uma série de simbolismo com a própria realidade. Trazer reflexões para o cotidiano, relacionando com esse ato de olhar para as coisas com cuidado, e pensar quais potenciais existem por trás dele", finaliza o educador.

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