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Pé de Livro?

30/09/2011

Projeto Arrastão publicará livro com experiências de leitura com crianças; estudos foram feitos dentro da própria organização

O sotaque é facilmente reconhecido de longe. Sua voz serena, pausada, é um convite à atenção, ao foco, à concentração. Francês de nascimento, mas apaixonado pelo Brasil, o doutor em linguística Elie Bajard conheceu o Projeto Arrastão há cerca de 10 anos, quando veio realizar encontros de formação com nossos educadores.

Do encantamento instantâneo pelo trabalho, feito principalmente na Educação Infantil e Centro para Criança e Adolescente – CCA – com relação à alfabetização, nasceu um desejo do pesquisador, que passou a realizar encontros rotineiros com educadores, propondo estudos em grupo e atividades em sala de aula com nossas crianças.

Esses diálogos, reflexões e vivências estarão reunidos em breve numa publicação muito especial. Planejado para ser lançado no começo de 2012, o livro, que ainda não tem um título final, sairá pela Editora Cortez. Em um bate-papo, Elie conta como surgiu a idéia.

"Fizemos uma série de experiências, de estudos em sala de aula com resultados muito interessantes, que achamos que seria importante compartilhar com outras pessoas, outros educadores, que também estão interessados nessa questão. Então começou a brotar em nossa cabeça a idéia de lançar um livro sistematizando tudo isso", conta Elie, que revela que essa publicação maior surgiu por acaso. "A princípio queríamos lançar o estudo em fascículos, que pensamos ser três, que foram as etapas que seguimos durante as nossas imersões", diz o educador, que revelou que num primeiro momento tudo havia sido pensado numa escala menor, de forma mais modesta, quando ele mesmo teve uma idéia que mudou todo o rumo da publicação.

Elie, que no Brasil tem suas publicações pela Editora Cortez, apresentou a idéia e o esboço do livro para seus editores e, depois de algum tempo, recebeu a notícia inspiradora que eles haviam topado lança-lo já no começo do próximo ano. A publicação vai relatar a experiência dos educadores dentro e fora das salas de aula do Projeto Arrastão, além de trazer referencias e práticas na área de estímulo e mediação e leitura e processos de alfabetização.

Para saber tudo sobre o livro ainda teremos que esperar, mas o pesquisador, que organizou todo o material, deixou escapar algumas pistas do que vem por aí.

"O primeiro capítulo, por exemplo, irá contar como a criança pode, a partir da apresentação de pequenos acervos de livros próprios para sua idade, começar a interpretar as figuras presentes nos livros, mesmo que ela não tenha consciência da história que ali está sendo contada. Outro ponto importante que vamos tratar nesse primeiro capítulo é o da mediação de leitura, quando a criança se apropria da história através da transmissão vocal de um adulto", revela Elie. Para isso, conta o estudioso, os educadores do Projeto Arrastão fizeram uma série de atividades onde puderam observar e, principalmente, estimular as crianças para lerem, de todas as formas, livros infanto-juvenis, e começar a criar significados para as histórias contadas.

Elie Bajardtambém revelou que a publicação trará experiências sobre o processo de alfabetização das crianças, eexemplificou com uma atividade que foi e observada pelos educadores durante esses últimos anos.

"Quando uma criança nasce ela é reconhecida pela família e, logo, se reconhece, através do seu nome falado, pela linguagem oral. Isso dura algum tempo até quando ela começa a entender que seu nome não é apenas aquele som, mas também um conjunto de letras, de desenhos, que também dizem quem ela é, só que de uma outra maneira", conta Elie, que exemplifica relatando que "existe uma atividade que consiste justamente nessa conexão entre a fala, o desenho do nome e sua escrita, quando as crianças passam a reconhecer sua existência por outros modos. Durante algum tempo", continua Elie, "logo nos primeiros dias de aula, as crianças receberam um crachá com seu nome e foto. Esse crachá ficava o tempo todo com elas e também em seus materiais. Isso fez com que, ao passar do tempo, as crianças começassem a conectar o desenho deu seus nomes com elas mesmas, e sendo o passo seguinte, o próprio exercício de tornar isso uma atividade para elas", finaliza o pesquisador.

A conversa inspiradora com Elie Bajard você poderá conferir em breve em um vídeo especial com a entrevista na íntegra. Aguarde.

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Sobre a Editora Cortez

Leia sobre um dos livros de Elie Bajard

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