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Livro de Café da Manhã

02/08/2011

Todos sentados à mesa? Pão, leite e Mediação de Leitura para começar bem o dia.

Não somente por ser uma segunda-feira, mas também por ser segunda, ali, por volta das 7 da manhã, as pessoas não estão assim tão animadas, contentes, no seu melhor dos humores. Não que não tenham motivos para não serem felizes numa segunda, mas todas tem, em comum, a própria segunda-feira, aquele tradicional dia mais calmo, mais lento que os outros da semana. No Jardim Helga, região de Campo Limpo, a semana, porém, começou diferente.

Cada um dos nossos personagens estava em um canto da casa; tomando café, lavando roupa, se arrumando para trabalhar e um outro pequeno personagem, que não passa de 60 centímetros, ali perto da cama, enrolando para começar o dia cheio que teria. O nome desse personagem é Vitória. E tinha outro personagem, de 9 anos. É essa que dará enredo para nossa história.

Café da manhã posto, somente Pamella Dias Moreira o tomava. Cintia Dias Ribeiro, sua irmã, e aluna do Centro para Criança e Adolescente – CCA, retira de uma sacola um livro. Não é uma sacola qualquer, é a Sacola Literária. Não é um livro qualquer, é o “Amores de Artistas”. A história de três crianças, com três dons diferentes e como isso se desenrola até eles virarem adultos.

Conta Pamella que, depois de pegar o livro, Cintia chamou a todos da família. Saiu correndo pela casa convidando a todos a sentarem em volta da mesa. “Eu vou ler uma história para vocês hoje”, começou a falar. “A minha avó, que estava lavando roupa, quando foi chamada, veio correndo pedindo o livro pra ler para a Cintia. E ela, claro, não deixou. ‘Não, vó, quem conta a história hoje sou eu’”, desenha a cena a irmã mais velha. E o livro sendo lido, página a página, a história sendo contada. E todos, por um instante, deixaram o caos para se entregar à arte. Com café da manhã.

Cena rara em sua casa, nos diz Pamella. Segundo ela, nem sempre as manhãs são assim. Aliás, quase nunca são. “Nem o café reúne todas as pessoas na minha casa. Essa coisa de a Cintia parar para ler uma história mexeu com a estrutura da minha família”, observa. E continua. “É muito interessante perceber que a leitura, a relação com os livros deixou de ser algo solitário, individual, para ser algo coletivo. Antes acontecia como: deixa eu contar uma história pra ver se essa criança dorme logo. Com essa nova relação as coisas mudaram. A Cintia está descobrindo que é possível existir prazer no ato de ler. Isso é muito importante”, diz Pamella.

O livro que Cintia levou pra casa faz parte de uma “Sacolinha Literária”, iniciativa do Projeto Arrastão com o objetivo de estimular a leitura entre as crianças e adolescentes da organização. Levar livros para casa é apenas um, dos vários caminhos encontrados pela organização para deixar o livro presente no universo infanto-juvenil. Aqui mesmo, espalhado pelo nosso pomar, vira e mexe brotam livros; são os Pés de Livros, com vários títulos para a criançada.

“Atividades como essa Sacolinha da Leitura tem um papel fundamental para inspirar minha irmã a gostar de literatura. Esses estímulos que são dados aqui, por exemplo, acabam reforçando o hábito de leitura. E melhor: a Vitória, que hoje é apenas uma criança, ao ver a mim e a Cintia lendo, com certeza, tomará gosto mais rápido por isso”, finaliza Pamella.

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O que é mediação de leitura?

 
 

 

 

 

 

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