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Cordel Amarelo

16/07/2011

Turma do CCA mergulha no mundo da cultura popular brasileira; literatura de cordel foi um dos destaques e ganhou até mini exposição no Projeto Arrastão.

“Ali, próximo dos livros dos meninos”. Pendurados na parede do lado de fora do Módulo Amarelo, num barbante, as produções criadas por uma das turmas do Centro para Criança e Adolescente – CCA, virou ponto de refêrencia no corredor que chega a Biblioteca Arrastão. A exposição que mistura ilustrações que imitam xilogravura com cordéis produzidos pelos adolescentes é fruto de um trabalho especial feito durante o mês de Julho.

Aproveitando o período de festas, a educadora Juliana Garcia fez um convite irrecusável à sua sala: aprender, de uma forma divertida, sobre a cultura popular brasileira, especialmente a literatura de cordel. Convite feito, convite aceito, e Juliana começou a trazer para as aulas materiais para estimular a curiosidade. E coisas muito interessantes começaram a aparecer.

“Eu comecei a pesquisar e achei na internet muita coisa bacana e que tinha a ver com a idade deles. Uma delas foi a história da Chapeuzinho Vermelho adaptada para Literatura de Cordel. Na hora, claro, eles se identificaram com o texto, com a linguagem”, conta a educadora, que segue: “Com isso a gente começou a trabalhar num exercício de descoberta desse texto, discutir sobre ele. A ideia era estimular a questão da oralidade em sala, fazer os adolescentes conversarem sobre o que estavam lendo, ouvindo. E depois partimos para a produção dos textos, dos cordéis”.

E não foi somente a produção de texto que os adolescentes fizeram. O Módulo Amarelo foi aprender também sobre a xilogravura. A técnica de ilustração, que compõe os cordéis, necessitava de muitos cuidados para ser ensinada em sala de aula. Juliana então decidiu arrumar uma outra maneira para que os meninos e meninas aprendessem e entendessem a beleza e importância da “xilo” para a cultura brasileira. Mas sem riscos. “A gente começou a desenhar ilustrações para todos os textos que os adolescentes fizeram. E fui contando sobre a xilogravura, para que eles soubessem o que era, como era feito”, conta a educadora.

Ouça Juliana contando como fez para que a turma do Módulo Amarelo aprendesse sobre as técnicas da Literatura de Cordel. E criassem suas próprias rimas.

 

E não foi somente os textos pesquisados por Juliana que ajudaram essa turma a entender o que era Cordel e em qual contexto essa cultura ganha força e vida. A educadora conta que ganhou um reforço de peso, bastante curioso, nessa jornada de descoberta da cultura popular: uma novela da TV Globo. “Foi muito interessante quando começamos a estudar sobre a cultura nordestina, costumes, sotaques, pois os alunos trouxeram muito forte a novela da Globo que está no ar – Cordel Encantado, às 18 horas. Muita coisa que eu falava eles lincavam com a novela e diziam que tinham visto lá. Foi muito importante pois facilitou para eles aprendessem algumas coisas mais rapidamente”, revela Juliana.

Ouça a educadora falando sobre a novela “Cordel Encantado”.

 

O Projeto Arrastão atende muitas pessoas vindas da região nordeste do país, grande maioria dos moradores da região. Os filhos dos migrantes, alguns inclusive que já nasceram em São Paulo, acabam perdendo o contato com a cultura de seus pais com o passar do tempo. Logo, uma atividade como essa tem grande importância. Sobre isso, a educadora Juliana diz: “Os nossos alunos vivem muito próximos de resquícios dessa cultura popular que a gente estudou dentro da sala de aula. Muitos pais mantém hábitos, costumes, preservam o sotaque. Isso é muito legal e importante. Ajudou muito no entendimento e na aceitação dos adolescentes dessa proposta de atividade. Foi um trabalho muito rico e bacana de se fazer”, finaliza.

Na Rede

O que é Literatura de Cordel

Novela Cordel Encantado

Chapeuzinho Vermelho em forma de Cordel

 

 

 

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